quinta-feira, 24 de maio de 2012

ALEGRAI-VOS, O ESPÍRITO DE DEUS DESCE SOBRE NÓS


DOMINGO DE PENTECOSTES

No Livro dos Actos dos Apóstolos, ao capítulo 2 podemos ler:

«Chegando o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar. De repente, veio do céu um ruído, como se soprasse um vento impetuoso, e encheu toda a casa onde estavam sentados. Apareceu-lhes então uma espécie de línguas de fogo que se repartiram e pousaram sobre cada um deles. Ficaram todos cheios do Espírito Santo e começaram a falar em línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem.
Achavam-se então em Jerusalém judeus piedosos de todas as nações que há debaixo do céu.
Ouvindo aquele ruído, reuniu-se muita gente e maravilhava-se de que cada um os ouvia falar na sua própria língua.» (Ac. 2, 1-6)
Pelas primeiras palavras ficamos com uma certeza: a festa de Pentecostes — que significa 50 dias — já existia no calendário judaico e comemorava o quinquagésimo dia após a aparição de Deus no Monte Sinai e a entrega da Lei divina a Moisés.
Foi esse dia que o Senhor escolheu para cumprir a promessa feita aos seus apóstolos, pouco antes da sua Ascensão: “vós sereis baptizados no Espírito Santo daqui a poucos dias” (Ac. 1, 5)
E assim aconteceu, quando “estavam todos reunidos no mesmo lugar”, ou seja no Cenáculo onde Jesus instaurara o Sacramento por excelência, a Divina Eucaristia.
Também está claro no texto que “estavam todos” ou sejam: “Pedro e João, Tiago, André, Filipe, Tomé, Bartolomeu, Mateus, Tiago, filho de Alfeu, Simão, o Zelador, e Judas, irmão de Tiago. Todos eles perseveravam unanimemente na oração, juntamente com as mulheres, entre elas Maria, mãe de Jesus”. (Ac. 1, 13-14)
Não está dito que os discípulos ali estivessem também, mas temos a certeza que “Maria, Mãe de Jesus”, ali se encontrava e todos unidos “perseveravam unanimemente na oração”.
O Espírito de Deus poderia ter-se manifestado no silêncio daqueles corações que unanimemente o louvavam, mas não, manifestou-se primeiramente de maneira “ruidosa”, visto que São Lucas diz que “veio do céu um ruído, como se soprasse um vento impetuoso”, o que teve como resultado, não só de encher “toda a casa onde estavam sentados”, mas também, ao mesmo tempo, ou logo após, aparecessem “uma espécie de línguas de fogo que se repartiram e pousaram sobre cada um deles”, o que teve como consequência imediata que ficassem “cheios do Espírito Santo e começassem a falar em línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem”.
Que grandes são as maravilhas de Deus!
Mas aquele ruído que se espalhou pelo Cenáculo a quando da descida do Espírito de Deus, não ficou escondido, não foi uma dádiva destinada unicamente a alguns privilegiados: o Espírito de Deus, o Espírito Santo vai ter efeitos imediatos sobre a multidão, porque “achavam-se então em Jerusalém judeus piedosos de todas as nações que há debaixo do céu. Também eles ouviram aquele ruído particular e desconhecido, que os levou a acorrem, eis porque “se reuniu muita gente e maravilhava-se”, porque cada um deles ouvia os apóstolos — que sem medo, tinham saído e continuando a falar em línguas, anunciavam a “Boa Nova do Reino” — “na sua própria língua”.
Milagre do Senhor, que de homens fracos e medrosos, fez homens corajosos e intrépidos, homens que já não tinham medo das represálias dos judeus, homens que tinham palavras persuasivas e cheias de sabedoria que aqueles que os conheciam pensaram mesmo que estivessem embriagados.
Sim, embriagados estavam, não de vinho da videira, mas sim dos Dons do Espírito de Deus que acabavam de receber.
O primeiro discurso de Pedro foi tão persuasivo que os presentes “ao ouvirem essas coisas, ficaram compungidos no íntimo do coração e indagaram de Pedro e dos demais apóstolos: Que devemos fazer, irmãos?
Pedro lhes respondeu: Arrependei-vos e cada um de vós seja baptizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo. (Ac. 2, 37-39)
Palavra de consolação agora, para todos nós:
Pois a promessa é para vós, para vossos filhos e para todos os que ouvirem de longe o apelo do Senhor, nosso Deus”. (Ac. 2, 39)
Assim seja.

Nuno Álvares