sábado, 2 de julho de 2011

XIV DOMINGO DO TEMPO COMUM DA IGREJA

“Vinde a Mim, todos que estais cansados e oprimidos e Eu vos aliviarei”

Na primeira frase do Evangelho de hoje encontramos uma frase que pode surpreender à primeira vista: “Escondeste estas verdades aos sábios e inteligentes”, diz Jesus numa prece que Ele dirige ao seu celeste Pai.
Porque esconder as verdades, se elas são para ser ditas e conhecidas?

Mas o nosso Deus não as escondeu a todos: unicamente “aos sábios e inteligentes”, quer dizer àqueles que pensam tudo saberem, tudo compreenderem e não precisarem das sugestões dos outros, sobretudo se estes “outros” são simples gentes do povo, aqueles que os grandes consideram quase como inúteis, que eles em geral desprezam.

Mas Jesus logo explica o porquê desta sua prece: “e as revelaste aos pequeninos”. Ora estes “pequeninos” são justamente aqueles de que há pouco se falou, aqueles que “são simples gentes do povo”, aqueles que os ricos “consideram quase como inúteis, que eles em geral desprezam”. Foi a esses que o nosso Deus revelou todas estas verdades que acolhidas com humildade e amor, nos levam ao Paraíso onde Deus mora e onde quer que nós habitemos também com Ele.

Esta escolha de Deus agrada ao Filho, porque Jesus logo continua a sua prece fervorosa, agradecendo: “Sim, Pai, Eu Te bendigo, porque assim foi do teu agrado”.

Sejamos destes “pequeninos” aos quais Deus revela as divinas Verdades, aos quais o nosso Deus que é Amor, mostra tanto carinho, tanta solicitude, solicitude tão grande e tão desproporcionada que o levam a querer-nos junto do seu divino Trono para toda a eternidade.
Depois de nos explicar que “ninguém conhece o Filho senão o Pai e ninguém conhece o Pai senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar”, Jesus chama cada um de nós, com carinho, com imensa solicitude e sem qualquer excepção:
“Vinde a Mim, todos os que andais cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de Mim, que sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave e a minha carga é leve”.

E porque não iríamos a Ele, nós que O procuramos? Sim, como diz Santo Agostinho, o grande Bispo de Hipona e Padre da Igreja nas suas Confissões: Os que O procuram encontrá-lo-ão, e os que O encontram louvá-lo-ão. Portanto, que eu te procure, Senhor, invocando-te, e que te invoque, acreditando em ti!”

Como não diríamos como o salmista?

“Quero exaltar-Vos, meu Deus e meu Rei, e bendizer o vosso nome para sempre; quero bendizer-Vos, dia após dia, e louvar o vosso nome para sempre”.

Ou ainda, e quase para terminar:

“O Senhor é fiel à sua palavra e perfeito em todas as suas obras. O Senhor ampara os que vacilam e levanta todos os oprimidos”.

Simplesmente porque “o Senhor é clemente e compassivo, paciente e cheio de bondade. O Senhor é bom para com todos e a sua misericórdia se estende a todas as criaturas”.

Todas estas características divinas devem ser para nós fermento que levante a nossa massa espiritual e que esta seja capaz de agradecer e de proclamar como o mesmo salmista:

“Graças Vos dêem, Senhor, todas as criaturas e bendigam-Vos os vossos fiéis. Proclamem a glória do vosso reino e anunciem os vossos feitos gloriosos”.

Amém

Afonso Rocha

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