segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

BAPTISMO DO SENHOR

Outrora, no primeiro poema do Servo humilde, Isaías exclamara, comunicando-nos a mensagem de Deus: “Eis o meu servo, que Eu amparo, o meu eleito, que Eu preferi. Fiz repousar sobre ele o meu espírito, para que leve às nações a verdadeira justiça” (Is. 42, 1).
Mais adiante, o mesmo profeta transmite ainda as palavras do Senhor, quando diz: “Formei-te e designei-te como aliança de um povo e luz das nações; para abrires os olhos aos cegos, para tirares do cárcere os prisioneiros, e da prisão, os que vivem nas trevas” (Is. 42, 6-7).
Para que isso aconteça, o mesmo profeta explica que o Servo “anunciará com toda a fidelidade a verdadeira justiça. Não desanimará, nem desfalecerá, até estabelecer na terra o direito, as leis que os povos das ilhas esperam dele” (Is. 42, 2-4).
Estas afirmações que outrora o profeta Isaías anunciou vão ter a sua concretização aquando do baptismo de Jesus.
“Sabeis o que ocorreu em toda a Judeia ― aqui é Pedro que explica ―, a começar pela Galileia, depois do baptismo que João pregou: como Deus ungiu com o Espírito Santo e com o poder a Jesus de Nazaré, o qual andou de lugar em lugar, fazendo o bem e curando todos os que eram oprimidos pelo diabo, porque Deus estava com Ele” (Ac. 10, 37-38).
Com efeito, Jesus viera da Galileia até ao Jordão para aí encontrar aquele que “preparava os caminhos do Senhor”, João Baptista. Não se trata aqui de uma visita de cortesia ou mesmo familiar, mas duma acção premeditada de Jesus que vinha “ter com João, para ser baptizado por ele” (Mt. 3, 13).
Inspirado pelo Espirito Santo, João reconhece no visitante o “Cordeiro de Deus, aquele que tira o pecado do mundo” e por isso mesmo se opõe a baptizá-lo: “Eu é que tenho necessidade de ser baptizado por ti, e Tu vens a mim?” (Mt. 3, 14).
“Jesus, porém, respondeu-lhe: ‘Deixa por agora. Convém que cumpramos assim toda a justiça’. João, então, concordou” (Mt. 3, 15), diz-nos Mateus.
Terminado o baptismo, “Jesus saiu da água” corrente do Jordão e foi então “que se rasgaram os céus” e que se “viu o Espírito de Deus descer como uma pomba e vir sobre” Jesus, ao mesmo tempo que do Céu uma voz dizia: “Este é o meu Filho muito amado, no qual pus todo o meu agrado” (Mt. 3, 16-17)
Aqui ficam bem patentes os “dois” baptismos: o baptismo “na água” e o baptismo no “Espirito Santo”, que desde os princípios do cristianismo foram sempre praticados e continuam ainda hoje a ser uma constante, porque “todo aquele que for baptizado será salvo”.

Afonso Rocha

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